Piada criada aos 7 anos

julho 31, 2010

Há um mês, a pequena Tatá inventou essa:

COMO O JAPONÊS MANDA O GATO PEGAR UM RATO?

ALIGATÔ!

Eu sempre gostei do conceito de copyleft que é ±= a: eu tive a idéia, mas ela pertence a todos pois somos todos um mesmo!

Então essa é da nossa filhota, mas ela te empresta pr’ocê fazer outros rirem.


Reclamar ou Amar?

agosto 13, 2008

100 centenários (pessoas com cem ou mais anos de idade) foram entrevistados nos EUA: “Coloque em ordem de importância os fatores que você acredita ter influenciado sua longevidade.” O 3º fator mais citado foi o BOM HUMOR. De booua! A alegria recompensa quem presta atenção a ela ; ) Quem se importa com os outros 2 fatores para os longevos? Tá, então eu conto. No final deste conto…

Quem reclama mais?
por Tantan

A mídia escancara na violência, no mau agouro, perseguição…

Séries, novelas e filmes mostram um pouquim menos…

Podem reclamar, mostrar os podres e os ruins que acontecem, ou são inventados. Mas eu? Prefiro ver com atenção os que dão exemplos de virtude, mesmo que escorreguem aqui ou ali (em minha visão… limitada pelo ego). As coisas boas devem ser lembradas com carinho para que elas alimentem nossos corações. Um coração sadio também precisa de aconchego para continuar sadio. Bons exemplos, sendo elogiados ou pelo menos reconhecidos, são um ensino que levaremos conosco ad eternum. Quem reconhece uma boa ação de alguém é o maior beneficiário deste reconhecimento pois incorpora a vontade por detrás da boa ação.

Eu sou egoista, ou melhor, meu ego é egoista. O seu não é?

No egoismo do meu ego eu quero abrir-me para perceber e aprender com ações verdadeiras, honestas, adequadas, solidárias, compassivas, caridosas, justas, pacíficas, etc. Assim meu ego consegue o que quer: evoluir em direção `a positividade. Não interessa quem, quando ou o que me atrapalhe! Faço parecido com o brasileiro que foi agarrado por alguém, quase no final da corrida que estava vencendo. Ainda assim termino minha maratona com: no peito, o bronze e no semblante o ouro da paz. Belo exemplo!

Fazer o que né? Continuar, no matter what. Não importa o que apareça, eu quero continuar, e continuo. Percebi, ao longo deste 42 aninhos, que meu ego consegue sorrir para tudo o que passou. Percebi que os erros, meus e de outros comigo, foram o que tinham de ter sido para eu aprender a ser mais feliz. Beleza.

Melhor aprender com o que deu certo em minha vida e na vida das minhas outras relações. Estar atento `as demonstrações virtuosas dos humanos, tais como solidariedade, compaixão, caridade*, companheirismo, paz, honestidade, verdade, sabedoria, paciência… é ativar nossa Vontade de Vivenciar a Vida Vivendo Virtuosamente (VVVVV – 5Vs! Vitória). Por isso presto atenção nas boas ações que mostram alguma virtude, atos ou o modo de ser de pessoas, seres em pé (árvores e plantas, gente;) os 2 patas, 4 patas, pedras, fogo, água, céu… todas minhas relações me ensinaram e continuarão a ensinar enquanto eu tiver este ego. E depois também, se eu der o valor ao que aprendo. Não há professor, apenas aprendizes.

Desdizendo a última frase…  Há apenas mestres, pois tudo ensina a quem é um bom aprendiz. “Quando o discípulo está pronto o mestre aparece.” Há, há! O mestre aparece em todos os lugares, o tempo todo. Basta o aprendiz notar, prestar a atenção no exato momento agora – onde estão todas as respostas e onde está o mestre. Para bom navegador… meio Goo já basta.

Neste mundo não há segredo“, este trecho de um mantra espiritual do maranhense Raimundo confirma o “peça e receberás” de Cristo. Quer saber? Descobrirá? Pergunte o que lhe é mais importante e o universo responderá, pois você mesmo já sabe. Só falta se abrir para aprender as respostas. Vários ensinos intuídos por nossos antepassados foram provados científicamente muito tempo depois. Aprenderam como, se não tinham a tecnologia que temos?

Tudo ensina. Já perguntou algo ao seu coração?

Já ouviu o seu coração com atenção? Falo nos dois sentidos: físico, o tum-tum ou bat cum dum (pra quem gosta do samba) do músculo que dança em nossos peitos, e o emocional, o humor fluído – ou estagnado – dos sentimentos. Já prestou atenção?

Já perguntou o que o seu coração emocional quer? Todos querem amor. Mesmo os corações dos que taxamos ‘sem coração’ só querem amor. É o que resume todas as virtudes, amor. Incondicional amor. Posso até não querer compartilhar a vida com pessoas cujos atos eu não valorizo, mesmo assim eu rezo para que tenham uma boa vida e um bom caminho. Gosto de desejar bem a todas minhas relações e de melhorar o modo como eu me relaciono com o mundo (aliás, os mundos). Por isso, além do amor, meu ego também quer aprender: noto e adoto bons exemplos.

E o melhor exemplo de virtude que eu conheço está bem perto de mim, no meu coração – meu papai. Ele sabe porque! Ou, melhor, os porquês!

Feliz Todos Os Seus Dias, Papai!

Ah, a longevidade… os fatores… a pesquisa…

Antes do BOM HUMOR – do qual meu papai é Mestre Aprendiz, sempre atento – os véin de 100 ou + anos disseram que o que mais ajudou a estarem ainda sadios foi em  1º lugar Bons Hábitos e em 2º Boas Relações de Amizade.

Taí, para quem quiser dar valor, hehe.  :o))


Bom Humor é Preciso

julho 11, 2008

“… Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades,  auto-estima, ausência de estresse.” F. Betto

Para preencher os 3 requests do Frei: use 🙂 ou :)) leve, humoroso, como ele escreve descrevendo a sociedade tal bardo Celta, tal xamã Zulú – verdadeiramente o que é!

DO MUNDO VIRTUAL AO ESPIRITUAL

Por Frei Betto

Monges da Escola do Dalai Lama de Budismo

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, Monges da Escola do Dalai Lama de Budismo, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São  Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares,  preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já  haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um  outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: “Qual dos dois  modelos produz felicidade?”

Encontrei  Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: “Não foi à  aula?” Ela respondeu: “Não, tenho aula à tarde”. Comemorei: “Que bom, então de  manhã você pode brincar, dormir até mais tarde”. “Não”, retrucou ela, “tenho  tanta coisa de manhã…” “Que tanta coisa?”, perguntei. “Aulas de inglês, de  balé, de pintura, piscina”, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: “Que pena, a Daniela não disse: “Tenho aula de meditação!”

Estamos construindo  super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente  infantilizados. Por isso as empresas consideram agora que, mais importante que  o QI, é a IE, a Inteligência Emocional. Não adianta ser um superexecutivo se  não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os  currículos escolares incluírem aulas de meditação!

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não  tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em  relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: “Como  estava o defunto?”. “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!” Mas como  fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Outrora, falava-se em realidade:  análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a  palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela  internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no  mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga  íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizi­nho de  prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os  valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de  abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos  virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado,  pois somos também eticamente virtuais…

A  cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil – com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos.

A  palavra hoje é ‘entretenimento’; domingo, então, é o dia nacional da  imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se  apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a  publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é  o resultado da soma de prazeres: “Se tomar este refrigerante, vestir este  tênis,­ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!” O problema é  que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que  acaba­ precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a  neurose.

Os psicanalistas tentam  descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma su­gestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para  uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma  lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita  uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história  daquela cidade – a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas…

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno… Felizmente, terminam todos na  eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald’s…

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: “Estou apenas fazendo um passeio socrático.” Diante de seus olhares espantados, explico: “Sócrates,  filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser  feliz.”

Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Luis Fernando Veríssimo e outros, de “O desafio ético” (Garamond), entre outros livros.


Riso e Deuses :o)) Laughter and Gods

junho 3, 2008

Tempo gasto rindo é tempo gasto com os deuses. ~ provérbio Japonês

                       

Time spent laughing is time spent with the gods. ~ Japanese Proverb

“”Um Xamã vai até os céus

Por Edmundo Pelizari para o Jornal de Umbanda Sagrada, Maio de 2008

Uma história dos antigos curandeiros escandinavos.
Uma velha história contada ao pé da fogueira pelos poderosos “skaldos” (poetas adi­vinhos), conta que Thorvald, um misterioso xamã, resolveu viajar até os céus onde moravam os deuses e divindades de todo o Universo.

Certa noite, ele fez suas poderosas medita­ções e preces, subindo como uma águia até as distantes mansões celestiais. Primeiro ele encontrou um grande palácio, todo fortificado e protegido pelos anjos mais terrí­veis e fulgurantes. Adentrando por uma fortificada porta de ouro, caminhou até a sala principal onde encontrou um deus idoso e luminoso, sentado em um magnífico trono de fogo. Irado com aquela invasão, o deus perguntou ao xamã o que fazia ali e o ameaçou com terríveis maldições.

Thorvald respondeu que desejava conhecer a verdadeira natureza dos deuses e tirar suas próprias conclusões. O deus então gritou, lamentou, lembrando ao mortal xamã que ali não era lugar de simples humanos. Depois pediu que fosse rapidamente embora, voltando à terra para cumprir os deveres impostos aos seus pobres habitantes.

Thorvald, sem perder a compostura, perguntou se havia alguma vantagem em seguir os ensinamentos e os mandamentos de um deus tão bravo e exigente. Irritado ainda mais, o deus o expulsou dali. Tranquilamente Thorvald acenou e foi embora um tanto desapontado.

Em seguida, voando mais alto, ele avistou outro palácio celestial. Era uma construção muito bela, florida e perfumada. Ali morava o deus do amor. Mais uma vez, Thorvald entrou sem ser anunciado, encontrando um deus afável e carinhoso, sentado em uma simples almofada. O deus do amor, dando mostras de satisfação, gentilmente perguntou ao xamã quem era ele e o que desejava ali em sua modesta morada.

Thorvald respondeu que desejava conhecer a verdadeira natureza dos deuses e tirar suas próprias conclusões. O tranqüilo deus ficou profundamente triste com tal pergunta. Argumentou que necessitava ser amado, acarinhado, respeitado, pois sofria por todos os humanos e tinha dado tudo para a ignorante humanidade, sem nada receber em troca. Depois disso, desabou em lamentos infindáveis.

Thorvald, sem ficar abalado, perguntou se havia alguma vantagem em seguir os ensinamentos e os mandamentos de um deus tão bom, carente e pedinte. O deus do amor abaixou os olhos e suspirou longamente…

Thorvald, decepcionado mais uma vez, saiu daquele lugar. Na imensidão dos céus, desta vez resolveu voar mais longe e mais alto ainda. Viajando além das estrelas jamais vistas a olho nu, viu ao longe uma magnífica fortaleza e dentro dela uma pequena cidade. Entrou nela, andou pelas ruas e ouviu uma grande algazarra vinda de uma espécie de taverna. Assombrado por tão grande alarido, Thorvald abriu a porta e encontrou uma centena de deuses gritando, cantando e rindo como crianças.

Subindo em cima de uma mesa, ele valentemente indagou que espécie de espelunca celeste era aquela e que tipo de deuses malucos eram eles. Ninguém respondeu… Thorvald passou a gritar cada vez mais forte, mas nada acontecia. Ele era completamente ignorado pelos divertidos convivas.

De repente, um jovem e belo deus olhou para ele e o convidou para um trago. Thorvald, que já havia visto de tudo sob o céu e debaixo da terra também, ficou completamente atordoado com tal comportamento e sugestão. Não suportando mais aquela ridícula cena, ele começou ofender todos os que ali estavam sem temer as conseqüências.

Os deuses pararam a brincadeira, olharam para Thorvald e caíram em uma debochada gargalhada. Em seguida retomaram suas canções e jogos. O jovem e belo deus tornou a olhar para o confuso xamã e disse alegremente: “Meu filho, você nada entende de boas ma­neiras. Sabe que podemos destruí-lo agora mesmo? Mas de que adiantaria? Já que viajou tanto para buscar uma verdade, sente-se e beba conosco. Contudo, escreva em seu coração: sempre desconfie de um deus e de uma religião que não tenha senso de humor!”

O xamã, caindo em si, agradeceu a lição e foi embora pensativo. Retornando rapidamente para junto dos humanos, Thorvald estava completamente satisfeito. Aprendera a verdadeira natureza dos deuses e divindades. Encontrara, por fim, o sentido real da religião.

Centenas de anos se passaram… E a pobre humanidade voltou a ser séria, iracunda, fanática, chorosa e egoísta em matéria de religião. Deuses sedentos de vingança ou repletos de culpa fazem sucesso na vida moderna. O xamã Thorvald, hoje habitando o céu dos alegres deuses e deusas, olha para baixo e ri de todos nós…””

Que tipo de Deus você ama?